MP investiga internação de motorista que matou cinco pessoas no Jaracaty

Por Luís Pablo Acidente
 

Victor Yan era o motorista que dirigia o veículo que atropelou várias pessoas no Jaracaty, em São Luís

Victor Yan era o motorista que dirigia o veículo que atropelou várias pessoas no Jaracaty, em São Luís

O Ministério Público do Maranhão (MPMA) vai investigar se a internação do motorista que causou o acidente na Avenida Carlos Cunha no bairro do Jaracaty em São Luís, está sendo usada para escapar da prisão preventiva, que foi decretada pela Justiça. Victor Yan Barros de Araújo, de 25 anos, está internado desde o dia do acidente em um hospital particular de São Luís.

De acordo com o MP, foi enviado para um hospital onde Victor Yan está internado um ofício pedindo que os médicos que acompanham sua internação se manifestem sobre o estado de saúde dele. Se for comprovado que o paciente foi mantido internado para não ser preso, os médicos podem responder criminalmente.

Na ocorrência realizada no dia do acidente, Victor Yan apresentava apenas ferimentos leves, o que levou o MPMA a desconfiar da internação do motorista. Segundo o promotor de Justiça, Agamenon Batista, uma nova perícia pode ser realizada nele por médicos do Ministério Público ou do Instituto Médico Legal (IML).

Caso fique constatado que o motorista possui condições de ser transferido para o Sistema Prisional do Estado, ele será preso imediatamente.

Victor Yan está internado em um hospital particular de São Luís (MA) desde o dia do acidente

Victor Yan está internado em um hospital particular de São Luís (MA) desde o dia do acidente

“Esses médicos vão emitir um relatório médico com a cópia do prontuário e um laudo atestando a condição dele. Se nós desconfiarmos disso, faremos uma perícia através dos médicos do Estado, que podem ser ou do Ministério Público ou os médicos do Instituto de Criminalística do IML para que façam uma perícia atestando. Se ficar constatado que ele tem condição de ir, ele vai ser transferido para o sistema prisional. Quem assinar o laudo atestando que ele não tem condições de sair da penitenciária, mesmo tendo, será responsabilizado criminalmente”, explicou.

O advogado de defesa do motorista, Pedro Jarbas, alega que o jovem ainda está sem condições de ter alta e que deve passar por uma nova cirurgia em breve.

“Ele já passou por duas cirurgias e cirurgias na parte cervical. Ele teve ferimentos na clavícula e próximo da coluna. Ele fez as duas cirurgias vai partir para mais uma na clavícula que deve acontecer nos próximos dois ou três dias”, disse.

Promotor de Justiça, Agamenon Batista, busca saber se internação de Victor Yan está sendo usada para fugir da prisão preventiva

Promotor de Justiça, Agamenon Batista, busca saber se internação de Victor Yan está sendo usada para fugir da prisão preventiva

A Justiça aceitou a denúncia feita pelo Ministério Público e Victor Yan virou réu no processo, que o acusa de homicídio doloso (quando há intenção de matar). A prisão preventiva de Victor Yan foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), após dois pedidos de revogação feitos pela defesa dele.

Nesta quinta-feira (3) o advogado do motorista entrou com um novo pedido de suspensão da prisão, alegando que ele não estaria bêbado e que o acidente foi provocado por um problema no carro que ele dirigia.

“A defesa está se preocupando apenas em soltar o réu, enquanto deveria colaborar com a Justiça na celeridade processual, apresentando a defesa prévia, para que a gente possa continuar o processo, ouvir as testemunhas na audiência de instrução, poder interrogar o réu e sair uma decisão”, disse o juiz Gilberto de Lima Moura, da 2ª vara do Tribunal do Júri.

A denúncia do MPMA sustenta que o motorista estava alcoolizado e por isso, teria provocado o acidente. Ainda segundo o promotor, o fato de Victor Yan não ter se negado a realizar os exames que comprovam a ingestão de bebida alcoólica também atestam que ele estava bêbado.

Prisão preventiva de Victor Yan foi decretada dois dias após o acidente

Prisão preventiva de Victor Yan foi decretada dois dias após o acidente

“Os policiais militares que chegaram no local para atender a ocorrência eles fizeram um auto de constatação, identificando sinais visíveis de embriaguez. O policial é treinado para isso. Quando a pessoa está cambaleando, há hálito de álcool, são situações que você sabe distinguir quando a pessoa ingeriu ou não bebida alcoólica. Durante o período do flagrante até a remoção dele para o IML para fazer os exames, em momento algum ele permitiu que fossem feitos os exames que constavam a embriaguez e o fato dele ter ingerido bebida alcoólica”, concluiu o promotor.

(Com informações do G1MA)

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