Deputado Raimundo Cutrim
Em seu pronunciamento, o deputado Raimundo Cutrim revelou que no mês passado uma mulher, da qual não se recorda o nome, se identificando como esposa de José Raimundo Sales Chaves Júnior, o “Júnior Bolinha”, lhe procurou na Assembleia Legislativa.Cutrim disse que a mulher do acusado de ser o intermediador do crime de Décio Sá, revelou que no mês de julho, por volta das 4h da manhã, Júnior Bolinha foi acordado com uma balde de água gelada na Delegacia onde permanece detido, por três delegados da comissão que investiga o caso.
Segundo o deputado, a mulher disse que os delegados apresentaram papeis públicos à Bolinha para lhe envolver na morte do jornalista.
A mulher disse ainda, que Júnior Bolinha não aceitou entrar no jogo dos delegados, dizendo conhecer Cutrim pouco tempo e o único contato que tinha com o parlamentar era profissional.
Por essa razão, segundo revelou a esposa de Bolinha, a comissão de delegados teria deixado ele por quatro dias sem alimentação, sem ler revistas e sem receber visitas.
Raimundo Cutrim disse que orientou a mulher procurar o Ministério Público e denunciar a suposta tortura que Júnior Bolinha teria sofrido dos delegados, que estariam tentando atrelar seu nome na morte de Décio Sá. Depois da conversa, o deputado disse que nunca mais a esposa de Bolinha lhe procurou.
Veja abaixo outro trecho do discurso de Cutrim:
Outro fato importante, no mês de julho, eu não me recordo qual foi a data, fui procurado aqui pelo uma servidora da Assembleia de que tinha uma senhora querendo falar comigo urgente. Eu estava aqui sentado e eu não poderia, mas com tanta insistência eu fui ao gabinete atender, e lá a senhora se identificou como sendo a esposa do Bolinha.
A princípio eu vim e ela me dizia naquela oportunidade que era esposa dele, e eu não me recordo o nome, que eu não o conhecia e de quem não recordo o nome como já disse. Diante desse fato, ela falou que um determinado dia, no mês de julho, por volta de 4 horas da manhã, o Júnior Bolinha foi acordado, lá na delegacia onde estava com um balde de água gelada e estavam junto lá, no local, três delegados, os dois que eu já suspeitava e mais o outro, que eu custei a acreditar, todos os três integrantes da comissão.
Apresentaram papeis públicos para que ele decorasse e lesse, naquele momento que era para ele ler, eles perguntavam que era para ele dizer que o Cutrim estava envolvido e ele disse que não tinha como, primeiro que ele me conhecia pouco tempo, no final de 2011 e o contato que tinha com o Cutrim era profissional de sítio e de conta da areia, de barro, não tinha muita ligação e ele diante da recusa, o deixaram quatro dias sem alimentação, quatro dias sem ler revistas, sem nada, sem visita e a esposa dele me procurou dizendo que estava aflita, preocupada que eles iriam matar e eu disse: minha senhora, isso acabou, quando terminar o inquérito, ele deve ir para a penitenciária e lá, a secretaria e a polícia não tem mais acesso a ele e lá se o delegado quiser ouvi-lo faz o oficio, o delegado faz ofício ao juiz, o juiz faz o ofício ao secretário da Justiça ou ao diretor do Presídio determinando para que fosse tomado o depoimento dele.
Ele saia da Penitenciária, ia para o IML, fazia o corpo de delito, vinha para a Polícia, depois fazia o mesmo ritual; retornaria para o IML. Eu disse a ela e a orientei, naquela oportunidade, que fosse ao Ministério Público denunciar. E, no momento, eu não sei, eu nunca mais a vi, não sei informar se ela foi ao Ministério Público fazer essa denúncia ou não, fiquei sem saber.