Castelão até o momento é apenas uma promessa

Por Luís Pablo Política
 

Do Imparcial

A maioria dos jogos do Campeonato Maranhense não desperta tanto o interesse do torcedor como acontece também em outros estaduais pelo Brasil. Mas em competições mais importantes a torcida mostra sua força e costuma ajudar o time do estado contra os adversários de outras localidades, assim é na Copa do Brasil e no Campeonato Brasileiro, independente da divisão. E aí, o Nhozinho Santos acaba ficando pequeno para a massa.

E sempre quando chega esse momento de euforia, a questão sobre o Estádio Castelão fica mais polêmica. Afinal de contas, qual o motivo de tanto demora na reabertura do estádio com capacidade para 85 mil torcedores, enquanto a outra praça esportiva da cidade não suporta mais de 17 mil.

Tão difícil quanto o futebol ficar sem o Estádio Castelão é conseguir informações precisas do órgão responsáveis pela obra. A Secretaria de Esporte e Lazer administra o estádio, já a obra é de responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura do Estado. O secretário Max Barros, por meio de sua assessoria, não respondeu as questões levantadas por O IMPARCIAL. Limitou-se a divulgar: “A SINFRA ainda não vai se posicionar oficialmente sobre o assunto”.

Na secretaria de esportes, a assessoria informou que Joaquim Haickel está viajando e retorna apenas amanhã, mas declarações anteriores a imprensa disse que investimentos na ordem de R$ 50 milhões serão feitos ainda para concluir a obra que está em um local avaliado em R$ 2 bilhões. No início de 2011 disse também que parte da área do complexo poderia servir para construir locais para realizações de eventos, o que valorizaria ainda mais o complexo esportivo. Sobre a data de entrega do estádio, foi alterada deste ano para 2012, no aniversário de São Luís.

“No dia 8 de setembro de 2012, na comemoração dos 400 anos de São Luís, um jogo entre a Seleção Brasileira e a Francesa aqui no Estádio Castelão. Isto significa que o estádio estará reformado. O Castelão é prioridade”, declarou quando de sua posse na secretaria, que teve como palco, o próprio Castelão.

O Governo do Estado espera que com a reforma do estádio, São Luís possa ser uma sub-sede da Copa do Mundo de 2014. Local escolhido pela FIFA para as seleções treinarem. O Governo de Jackson Lago, o valor divulgado foi de R$ 44,7 milhões com prazo de entrega para dezembro de 2008, mas com a saída do governador do cargo, por decisão da Justiça, a obra não foi entregue. Logo que Roseana Sarney assumiu solicitou uma auditoria nas obras da administração anterior e desde então a obra se arrasta. O estádio está fechado desde 2004, quando foi detectado risco de desabamento.

Prejuízos

Bem na Copa do Brasil e prometendo fazer um bom Campeonato Brasileiro Série D, quem mais sofre com a falta do Castelão entre os times do estado é o Sampaio. No jogo em que venceu, por 3 a 2, o Santo André-SP, no Estádio Nhozinho Santos, o borderô apresentou uma das maiores rendas e um grande público dos últimos anos, no estádio. A renda da partida foi de R$ 232.800, com 12.880 pagantes. O público não pagante foi de 4.071. O público total foi de 16.951 torcedores.

O Sampaio destinou apenas 15% do que lhe coube para o pagamento das penhoras de dívidas trabalhistas, conforme liminar que conseguiu na Justiça.

Mas o Iape também sofreu com a falta de mais espaço para a torcida. O time enfrentou o Atlético Mineiro, fez bom jogo em São Luís e viu a “casa cheia”. Somando os três jogos pela Copa do Brasil deste ano, inclusive Sampaio e Sport (0 a 0), 48.546 torcedores compareceram ao Nhozinho Santos.

Prefeitos negam contratos com empresas alvo da PF

Por Luís Pablo Polícia
 

Do blog de Décio

A respeito da matéria sobre uma possível investigação da Polícia Federal do Piauí nos municípios de Pindaré-Mirim, Balsas, Caxias, Colinas, Santa Inês, Monção, Pirapemas, Arame e Estreito, numa extensão da Operação Geleira realizada no Estado vizinho, os prefeitos das duas primeiras cidades procuraram o blog para prestar alguns esclarecimentos.

Henrique Salgado (PDT), de Pindaré-Mirim, disse estar tranquilo porque nunca fez negócios ou contratou qualquer empresa do Piauí. “Deve ter acontecido algum engano”, afirmou ele.

Já o prefeito de Balsas, Chico Coelho (PMDB), foi mais longe. Assim que surgiram as primeiras notícias sobre o envolvimento da administração no recebimento de notas frias de construtoras e empresas piauienses, ele mandou apurar a denúncia junto à Comissão Permanente de Licitação (CPL) e à Secretaria de Fazenda municipal.

As suspeitas pairavam sobre a TecOdonto e Remac, apanhadas na Operação Geleira. No entanto, segundo a CPL, as duas firmas chegaram a participar de certames na cidade mas “na maioria não se sagraram vencedoras e, portanto, não firmaram contratos com a municipalidade”.

A Secretaria de Fazenda informa que as notas fiscais apresentadas ao município pela TecOdonto e Remac “são idôneas, conforme consultas oficiais realizadas”.

“Tenho absoluta segurança em afirmar que, no âmbito do município de Balsas na minha gestão, não houve e nem há qualquer espécie de favorecimento e direcionamento de licitação às mencionadas empresas ou a quaisquer outras e que as notas fiscais apresentadas pelas empresas investigadas não contém irregularidades”, diz Chico Coelho em nota encaminhada ao blog.

MP apura irregularidades na duplicação da estrada que liga Imperatriz a João Lisboa

Por Luís Pablo Maranhão
 

Devido à paralisação das obras de duplicação da rodovia MA 122, que liga Imperatriz a João Lisboa, o Ministério Público do Maranhão instaurou, em 28 de março, Inquérito Civil para apurar supostas irregularidades no trabalho de execução da reforma da estrada, denominada Avenida Pedro Neiva de Santana. A investigação foi instaurada pelos promotores de Justiça Sandro Pofahl Bíscaro (Promotoria Especializada na Defesa do Cidadão) e Nahyma Ribeiro Abas (Promotoria Especializada na Defesa do Patrimônio Público e da Probidade Administrativa), da Comarca de Imperatriz.

Prevista para terminar em agosto de 2010, a duplicação da rodovia foi paralisada em outubro. O MPMA tomou conhecimento da paralisação por meio dos veículos de comunicação local que noticiaram como motivo da interrupção dos trabalhos a não liberação de recursos públicos estaduais à empresa responsável pelas obras, Engenharia Guterres.
Outro problema apontado foi a ausência de medidas administrativas de desapropriação dos imóveis compreendidos em toda extensão da rodovia. Com a permanência dos imóveis, a Companhia Energética do Maranhão (Cemar) está impedida de retirar os postes existentes na margem da avenida, providência imprescindível para o término da duplicação da Avenida Pedro Neiva de Santana.

“A desapropriação deveria ter sido o primeiro passo para a reforma. No entanto, o decreto estadual para a desapropriação só foi assinado em 2011, muito depois do início das obras”, ressalta a promotora de Justiça Nahyma Ribeiro Abas.

Com extensão de 8.900 metros, a MA 122 é uma importante estrada, que serve de caminho diário para diversos trabalhadores de ambos municípios. Prédios de órgãos jurídicos, um centro de ensino superior e condomínios de residências de alto padrão existem ou estão sendo construídos na extensão da avenida.

“Com a ausência de parte do asfalto, falta de sinalização, entre outros problemas, a integridade física dos cidadãos que diariamente trafegam no local está em risco. Inclusive, o número de acidentes aumentou”, alertou o promotor de Justiça Sandro Pofahl Bíscaro.

DOCUMENTOS

Os promotores de Justiça também expediram ofício à Procuradoria Geral de Justiça solicitando que a mesma requisite ao secretário estadual de Infraestrutura informações sobre o andamento das obras, bem como uma cópia do processo referente à reforma de duplicação, no qual constem o processo licitatório, o contrato principal e aditivos, medições realizadas (pagas e não pagas), notas de empenho, notas fiscais, recibos, entre outros documentos.

Em dezembro de 2010, Sandro Pofahl Bíscaro e Nahyma Ribeiro Abas tinham solicitado os referidos documentos, mas não foram atendidos. De acordo com os promotores de Justiça, estes documentos são fundamentais para o conhecimentos dos motivos pelos quais a obra encontra-se inconclusa.

AUDIÊNCIA

Sandro Pofahl Bíscaro e Nahyma Ribeiro Abas reúnem-se, nesta sexta-feira, 1º de abril, às 16h, com representantes da Cemar, da Engenharia Guterres e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, com o objetivo de discutir os motivos da paralisação das obras.

Corpo do dono do Recanto dos Buritis é encontrado carbonizado, na BR 222, próximo a Itapecuru

Por Luís Pablo Política
 

Foi encontrado hoje, carbonizado, dentro de um veículo, por volta das 9h da manhã, o corpo do servidor da Receita Estadual, José de Maria, que também era dono do balneário Recanto dos Buritis, localizado em Anapurus, cidade onde morava.

Segundo informações, o corpo, quando foi encontrado, ainda estava fumaçando. Ainda de acordo com a PM, há indícios de que ele tenha sido baleado antes de ser queimado junto com o veículo em que andava. O corpo foi encontrado a cerca de 3km da saída de Itapecuru, sentido Vargem Grande, em um local, às margens da BR 222.

José de Maria, que durante muitos anos trabalhou no escritório da Secretaria de Estado da Fazenda em Chapadinha, estaria retornando da cidade de Santa Inês, onde estaria trabalhando atualmente.

A Delegacia de Itapecuru-Mirim investiga o caso. No fim da tarde, o corpo carbonizado deu entrada no Instituto Médico Legal (IML) de São Luís, no Itaqui-Bacanga. Como o corpo está carbonizado, apenas um exame de DNA pode comprovar a identidade da vítima.

De acordo com o irmão de José Maria da Costa, Sidney Alves da Costa, ele estaria sofrendo amaeças nos últimos meses. A polícia já suspeita de crime de execução.

Breve, mais detalhes sobre o crime que chocou a Região do Baixo Parnaíba.

Sevidores do hospital de Timon culpam o deputado Alexandre Almeida

 

Prefeita Socorro, Roseana, com deputado Alexandre Alexandre atrás e o secretário Ricardo Murad, tanto fizeram que nocautearam hospital. E povo que se dane: todos eles estão eleitos e reeleitos.

Conforme já havia sido anunciado pelo médico e vereador Luis Firmino de Sousa Tuá(PMN), o Governo do Estado do Maranhão concluiu a auditoria que vinha fazendo há um mês, através de uma fundação, a interventoria do Hospital Regional Alarico Pacheco. Foram demitidos 248 servidores que saíram sem receber três meses de salários atrasados e mais os direitos trabalhistas.

A comunicação da demissão foi feita durante a reunião com os servidores, na sede do hospital. Eles foram convocados pelos diretores Neto da Educação e Doutor Abreu, que permanecem nos cargos, mas não terão nenhum poder de decisão sobre a utilização da verba do hospital.

Muitos servidores se desesperaram quando souberam que estavam demitidos, mães e pais de família que não sabem como sustentar os filhos, choraram compulsivamente e lembraram que foram enganados quando assumiram os cargos na condição de votarem e trabalharem para os candidatos do esquema da prefeita Socorro Waquiim.

O Doutor Tuá disse que chegou a pedir à medica que veio de São Luis para fazer a intervenção, que mantivesse pelo menos os técnicos especializados, pois eles são imprescindíveis para o atendimento e tratamento dos pacientes.

Servidores revoltados – Na reunião ficou claro para os servidores que o culpado pela demissão deles era o deputado Alexandre Almeida(PTdoB), para quem a governadora Roseana Sarney(PMDB) – que é muito amiga do parlamentar e detesta a prefeita Socorro Waquim – teria entregue o destino do Hospital Alarico Pacheco.

Segundo o deputado Alexandre Almeida, afirmou que não tem nada a ver com isso, mas que recebeu dezenas de ligações telefônicas à noite, de servidores do hospital, culpando-o pelas demissões. Ele disse que retorna para Timon neste final de semana e vai “tomar satisfações” com os diretores.

Doutor Tuá alertou até da tribuna – A partir de hoje o Hospital Regional Alarico Nunes Pacheco vai funcionar apenas “mal e porcamente” com a clínica materno/infantil. Mas, não faz muito tempo, até março de 2009, na gestão do governador Jackson Lago, o hospital funcionava além de sua capacidade e chegou a receber do governo do Estado mais de R$ 1 milhão e 300 mil por mês, segundo o diretor de então, Dolival Pereira de Andrade.

No entanto, quando a atual direção assumiu por indicação do casal Socorro Waquim e Sétimo Waquim, o hospital só definhou, os repasses foram diminuindo gradativamente e, segundo Neto da Educação, o último repasse foi de apenas R$ 600 mil, dinheiro que nunca deu para pagar os servidores, que estão sem receber pagamento há três meses.

De acordo com as informações, ainda não divulgaram o resultado da auditoria feita pela fundação que vai dirigir o hospital.

O blog aguarda mais informações…

Sindicato anuncia mais um aumento no preço da gasolina em São Luis

Por Luís Pablo Cidade
 

De acordo com o Sindicato, o preço deve chegar a 3 reais e quinze centavos

Se você achava que o preço do litro da gasolina, a 2 reais e 99 centavos estava alto demais, as notícias não são nada boas.

De acordo com o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Maranhão, na próxima semana, o preço deve chegar a R$3,15.

Ontem, a Agência Nacional do Petróleo divulgou a suspeita de cartel nos postos de São Luís.

Agneli deixa pra trás remuneração de R$ 15 milhões por ano

Por Luís Pablo Brasil
 

Do Globo

Roger Agnelli

Ao sair da Vale, o atual presidente da empresa, Roger Agnelli , perderá uma remuneração de cerca de R$ 15 milhões anuais, além de outros mimos como jato particular e carro com motorista à disposição.

O valor é baseado em estimativas de mercado, já que a Vale não divulga a remuneração de seus executivos individualmente. E está acima dos ganhos de outros executivos de grande porte como o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli (mínimo de R$ 1,4 milhão por ano), e o presidente do grupo Pão de Açúcar, Enéas Pestana Neto (mínimo de R$ 4,8 milhões por ano).

Na comparação com estrelas do futebol, porém, Agnelli ficaria bem atrás na lista. O craque do Real Madrid Cristiano Ronaldo embolsa R$ 32,4 milhões ao ano. E Kaká, também do Real Madrid, leva R$ 24,5 milhões anuais. Ronaldinho Gaúcho está quase encostando nos ganhos do presidente da Vale: R$ 12 milhões anuais.

Segundo documentos encaminhados pela Vale à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa reservou R$ 73,8 milhões para remunerar sua diretoria executiva em 2010, o que inclui o cargo de diretor-presidente, ocupado por Agnelli.

Ao dividir o valor pelos oito membros da diretoria, cada um teria recebido R$ 9,2 milhões (incluindo salário e bônus). Na prática, a remuneração de cada um varia, segundo fatores que vão de metas atingidas ao número de ações da empresa em seu poder. Daí a estimativa para o ganho de Agnelli ser maior.

Maranhenses morrem como indigentes, enquanto Roseana faz que não sabe e Ricardo Murad se passa por Napoleão

Por Luís Pablo Maranhão / Política
 

Do blog de Roberto Kenard

O Maranhão voltou ontem a ser notícia nacional por conta da saúde de estado de décimo mundo. Portanto, virou péssima notícia outra vez. É capaz de a governadora Roseana Sarney vir a público dizer que é preconceito por ela ser mulher. Bordão dos incompetentes e irresponsáveis, muito usado por ela.

No terceiro mandato Roseana Sarney decidiu com o cunhado secretário de Saúde Ricardo Murad construir 75 hospitais no Maranhão. Depois o número caiu para 74 e, por fim, para 72. Para ganhar o quarto mandato, a filha de Sarney prometeu entregá-los todos até dezembro de 2010. Claro que não entregou.

Assim que foi anunciada com alarde e megalomania a construção de tantos hospitais, escrevi aqui que Roseana Sarney e o secretário-cunhado Ricardo Murad estavam na contramão do que havia de mais moderno na área de saúde. Mais grave, eu dizia: um hospital não é só um prédio, coisa fácil de construir. Há que equipá-los e dotá-los de pessoal e material. Um hospital, conforme dizem os especialistas, para funcionar consome 10% do que foi gasto na sua construção e em equipamentos. Ou seja, mesmo que venham a ser criados os 72 hospitais, eles correm o sério risco de virar elefantes brancos.

Enquanto a governadora e o cunhado torram 150 milhões de reais na construção desses hospitais – pelo menos foi o que anunciaram –, a população morre nos hospitais existentes e sem as mínimas condições de funcionamento. Uma irresponsabilidade que tem o nome de crime.

Por que não trataram de equipar e dar funcionalidade decente aos hospitais existentes em quase todos os municípios do Maranhão?

Bom, para começo de conversa, ao assumir a Secretaria de Saúde o cunhado Ricardo Murad tratou de tomar a administração dos hospitais das prefeituras e entregar a ONGs suspeitas. O prefeito que não topasse ficaria com um hospital sem recursos. Era pegar ou largar.

Como era de esperar, instalou-se o compadrio na Secretaria de Saúde. Havia quem pagasse numa ponta e recebesse na outra. Fora o descontrole total.

Enquanto isso, dezenas de crianças morriam na cidade de Imperatriz por falta de leitos nos hospitais.

Ontem, o Globo Repórter mostrou as consequências da irresponsabilidade e da megalomania. Os maranhenses estão morrendo como indigentes. E tudo indica que a situação só vai piorar, porque Roseana Sarney nunca teve e jamais terá compromisso com a população do Maranhão e o cunhado Ricardo Murad acredita a sério ser o Napoleão da saúde.

TSE libera oito enquadrados pela Ficha Limpa

Por Luís Pablo Política
 

O Globo

Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que os candidatos com candidaturas indeferidas pela Lei da Ficha Limpa não fossem assumir seus cargos, pode esquecer. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) resolveu acatar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a respeito da lei que torna mais rígidos os critérios de inelegibilidades, não aplicando-a às eleições do ano passado. Na tarde desta sexta-feira, o ministro Marco Aurélio deferiu o registro de candidatura dos oito primeiros candidatos que concorreram no pleito de outubro último e entraram com recurso contra a Ficha Limpa. De acordo com a previsão do próprio Tribunal, este número deve chegar a cem nos próximos dias, já que todos os recursos que ainda não foram julgados pelo STF serão devolvidos ao TSE para que seja aplicada a decisão tomada pelo Supremo.

Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal, não há o que fazer, já que este é o procedimento do Código de Processo Civil. Depois da decisão do TSE, os processos serão devolvidos aos tribunais regionais de cada estado para que a retotalização dos votos seja feita. Só após o novo cálculo do quociente eleitoral é que os candidatos indeferidos saberão se terão ou não o direito de serem empossados. Leia mais aqui.

PF encontra elo do mensalão com campanha de Lula

Por Luís Pablo Brasil / Política
 

Do blog de Josias de Souza

* Foi à mesa do procurador-geral Gurgel um novo relatório

* Preparou-o a PF, por ordem de Joaquim Barbosa, do STF

* Documento ratifica origem pública da verba do escândalo

* Texto traz os nomes de novos beneficiários dos repasses

* Entre eles, Fred Godoy, ex-segurança do candidato Lula

A reprodução acima é o pedaço de um documento que pousou sobre a mesa do procurador-geral da República Roberto Gurgel. Tem 332 páginas. Redigiu-as a Polícia Federal, por ordem do ministro Joaquim Barbosa, do STF. O conteúdo vem à luz nas páginas da revista Época.

Antes de prosseguir, abra-se um parêntese. Recorde-se uma passagem de novembro de 2010. Ao sair de um café da manhã no Palácio da Alvorada, José Dirceu disse que, fora da Presidência, Lula se dedicaria a desmontar “a farsa do mensalão”.

Livre da azáfama presidencial há três meses, Lula ainda não se animou a levar aos refletores argumentos capazes de desconstituir o escândalo que sacudiu seu primeiro reinado. O novo relatório da PF talvez o faça rever os planos. Fecha parênteses.

Relator do processo do mensalão, Joaquim Barbosa recorreu à PF para elucidar dúvidas remanescentes do caso. Encomendou três respostas: 1) O mensalão foi financiado com dinheiro público?, 2) Houve mais beneficiários do valerioduto?, 3) Qual era o limite da influência de Marcos Valério no governo petista?

O texto da PF, que será remetido por Gurgel ao Supremo, responde positivamente às duas primeiras indagações de Joaquim. Quanto à terceira interrogação, atesta que o poderio de Valério no primeiro mandato de Lula não encontrava limites.

Desde 2005, ano em que o escândalo virou manchete numa entrevista de Roberto Jefferson à repórter Renata Lo Prete, o ex-provedor das arcas clandestinas do petismo mudou o visual. Valério forrou a calva com um esboço de implante capilar. No relatório da PF, porém, conserva a mesma imagem de vilão.

Além de corroborar a existência daquilo que Lula e Dirceu chamam de “farsa”, o trabalho ratifica a origem pública das verbas que compraram a lealdade de políticos do condomínio governista e traz os nomes de novos beneficiários. Entre eles Freud Godoy, amigo e ex-segurança de Lula.

Detectou-se a emissão de um cheque da R$ 98,5 mil da SMP&B, agência publicitária da qual Valério era sócio, em favor de Freud Godoy. Coisa de 21 de janeiro de 2003. Inquirido pela PF, o beneficiário disse que o dinheiro pagou serviços de segurança que prestara à campanha Lula-2002 (veja abaixo).

Desde o depoimento em que Duda Mendonça, ex-marqueteiro de Lula, admitiu à CPI do Senado ter recebido valerianas no exterior, é a primeira vez que se estabelece um elo indubitável entre as verbas sujas do mensalão e as arcas eleitorais de Lula.

No pedaço em que esquadrinha a origem dos recursos que untaram o escândalo, a PF anota em seu relatório que houve duas fontes. Uma “fonte primária”, com origem no Estado. Outra “fonte secundária”, que previa o ressarcimento de Valério por meio de contratos de lobby com empresários interessados em obter favores do governo.

O grosso das verbas do mensalão, diz a PF proveio do setor público. As empresas de Valério receberam do governo Lula cerca de R$ 350 milhões. Desse total, R$ 68 milhões foram providos pelo fundo Visanet. Dinheiro liberado pelo Banco do Brasil. Veio daí, repisa a PF, a maior parte do dinheiro que financiou o esquema (confira no texto abaixo).

No capítulo dedicado às “fontes secundárias” do mensalão, a PF dedicou-se a explicar a presença do banqueiro Daniel Dantas na encrenca. Um pedido expresso de Joaquim Barbosa. No alvorecer do primeiro reinado de Lula, Dantas travava uma renhida disputa societária. Pegava em lanças para manter o poder de gestão na telefônica Brasil Telecom.

Precisava do apoio dos fundos de pensão de estatais. Em depoimento à PF, Daniel Dantas disse ter sido convocado para um encontro com José ‘É Tudo Uma Farsa’ Dirceu, então chefão da Casa Civil de Lula. Segundo o banqueiro do Opportunity, a reunião ocorreu em 4 de maio de 2003, no Planalto.

Nessa conversa, sempre de acordo com o relato de Dantas à PF, Dirceu acenou com a hipótese de conciliação. Chegou mesmo a incumbir o então presidente do BB, Cássio Casseb, de manter entendimentos com o interlocutor.

Decorridos 11 dias da reunião com Dirceu, um sócio de Dantas, Carlos Rodemburg, encontrou-se com a dupla Valério-Delúbio Soares, no hotel Blue Tree. Deu-se na suíte em que estava hospedado o tesoureiro do PT. Inquirido, Rodemburg contou à PF que Delúbio lhe disse estar às voltas com um “déficit” de US$ 50 milhões. Pediu dinheiro.

Ficou subentendido que, se Daniel Dantas abrisse os bolsos, asseguraria o apoio do governo na pendenga societária que arrostava. Dantas disse à PF que se recusou a pagar. Porém, dois anos depois, informa o relatório, a Brasil Telecom, ainda subordinada a Dantas, firmou um par de contratos com a SMP&B e a DNA, agências de Valério. No toral, R$ 50 milhões.

Sobrevieram a entrevista de Jefferson e o escândalo. Valério havia recebido, então, apenas R$ 3,6 milhões relativos aos contratos que celebrara com Dantas. Ficou nisso. Em seu relatório, a PF não deixa dúvidas quanto à natureza dos acertos. Era “fachada” para a “distribuição de recursos” (confira abaixo).

No rol de novos personagens citados no documento da PF, foram à lista de beneficiários do mensalão mais sete deputados federais, dois ex-senadores e um ex-ministro. Desceram à relação também, agora de forma esmiuçada, Fernando Pimentel, amigo de Dilma Rousseff e atual ministro do Desenvolvimento; e Romero Jucá, líder de todos os governos no Senado.

A Pimentel atribui-se o recebimento de R$ 247 mil. Coisa de 12 de agosto de 2004, época em que o agora ministro disputava a prefeitura de Belo Horizonte. O cheque foi às mãos de Rodirgo Barroso, que assessorava Pimentel na campanha. Inquirido, recusou-se a dar explicações. A PF anota que há fortes indícios de que as arcas eleitorais de Pimentel foram irrigadas pelo valerioduto. Procurado, o ministro disse que não se pronunciaria sem conhecer o relatório.

Quanto a Jucá, a PF diz que ele recebeu, em 2003, R$ 650 mil em verbas provenientes do fundo Visanet. O dinheiro foi repassado à empresa Alfândega Participações. Pertence a Álvaro Jucá, irmão do senador. Interrogado, ele disse que a verba era remuneração por ações culturais. Algo que, segundo a PF, não conseguiu comprovar. Procurado, Jucá preferiu guardar silêncio.

O repórter recomenda vivavemente a leitura da notícia veiculada por Época, cujo link foi acomodado lá no alto e é repetido aqui. A revista dá outros nomes. Menciona negócios firmados por Valério sob FHC e, em Minas, sob Aécio Neves. Até a empresa de um ex-genro do senador Marco Maciel (DEM-PE) manteve, segundo a polícia, relações financeiras com Valério.

Os novos elementos oferecidos pelo relatório conspiram contra a lorota da “farsa” que Lula desmontaria. Vai contra a previsão de Delúbio de que tudo terminaria em “piada de salão”. Resta saber o uso que o STF fará do material.