Acusado pela morte da sobrinha-neta de Sarney é condenado a 39 anos de prisão

Por Luís Pablo Polícia
 

O empresário Lucas Leite Ribeiro Porto, acusado de matar a publicitária Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto, de 33 anos, sobrinha-neta do ex-presidente José Sarney, foi condenado, em júri popular, a 30 anos de prisão por homicídio com quatro qualificadoras —feminicídio, asfixia, impossibilidade de defesa e ocultação de provas— e 9 anos de prisão por estupro, totalizando a pena de 39 anos de reclusão em regime inicialmente fechado.

Lucas Porto

Lucas Porto

Após o anúncio da sentença, a defesa do empresário afirmou que vai recorrer da decisão.

Após seis dias de julgamento, o Tribunal do Júri decidiu, na madrugada desta segunda-feira (5), pela condenação do réu. O juiz negou ao acusado o direito de recorrer da decisão em liberdade e estabeleceu que o fato de Lucas Porto estar preso há quatro anos não é relevante para diminuir a pena.

Desde 2016, Lucas Porto permanecia preso no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, onde aguardava julgamento. Agora, com a condenação, ele será levado novamente ao presídio, onde deverá a cumprir a pena, inicialmente em regime fechado.

Seis dias de julgamento

O julgamento do empresário Lucas Porto começou no dia 30 de junho e tinha previsão de durar três dias, mas acabou se estendendo por cerca de seis dias.

O juiz titular da 4ª Vara do Tribunal do Júri, José Ribamar Goulart Heluy Júnior, foi o responsável por presidir o julgamento. O promotor de Justiça, Marco Aurélio Ramos Fonseca, foi o representante do Ministério Público no caso.

Carolina Costa, irmã de Mariana Costa

Carolina Costa, irmã de Mariana Costa

Presente em todos os dias do julgamento, a irmã de Mariana, Carolina Costa, que era mulher de Lucas Porto na época do crime, afirmou em entrevista que a família estava com muita expectativa de que o julgamento finalmente fosse realizado após quatro anos e sete meses do crime.

“Ela foi brutalmente machucada e não há o que se questionar o que dizem os autos. É uma luta por amor. Essa é a mensagem que nós queremos deixar para a sociedade. Essa luta é por Mariana e representa os 52% da população mundial e se levantem nessa geração, mulheres corajosas, homens de coragem. É por você, Mariana”, disse.

Ao prestar depoimento, a irmã de Mariana afirmou que Lucas foi o seu primeiro namorado.

“Desse namoro, a gente noivou, casou e tivemos duas filhas. Eu amava Lucas, ele foi o único homem da minha vida, até então. E era o homem que eu amava”, disse Carolina Costa, em depoimento.

Mariana Costa foi estuprada e morta pelo próprio cunhado, Lucas Porto

Mariana Costa foi estuprada e morta pelo próprio cunhado, Lucas Porto

Em depoimento ao MP, Carolina afirma que Lucas se mostrava ser uma pessoa normal no dia a dia em família, entretanto, ele apresentava um comportamento alterado, principalmente quando era contrariado.
Após saber do possível envolvimento de Lucas na morte de Mariana, Carolina afirmou que ele era um assassino.

“Pra mim, aquele homem que eu amava morreu naquele dia com Mariana. Qual é o homem apaixonado que faz isso com uma mulher? Quem é o homem que ama suas filhas faz isso? Ele é um assassino. Um feminicida. Como é que eu posso me ver, como mulher, me ver segura diante de um homem que cometeu uma atrocidade com a minha irmã”, disse.

Sobre a irmã, Carolina afirmou que a relação era de amizade.

“Nós éramos muito amigas, muito próximas. Mariana apesar de ser a caçula, ela me ensinou muitas coisas. E ela era uma mulher que tinha muita intimidade com Deus. Ela era muito alegre, uma mulher cheia de Deus, cheia de vida, cheia de sonhos. Minha irmã morreu de maneira brutal e ainda querem tirar a memória dela”, diz Carolina Costa, sobre Mariana.

(Com informações do G1MA)

Deixe um comentário:

Formulário de Comentários