Dilma assistiu derrota no STF enquanto deputados festejavam Temer em jantar

Por Luís Pablo Brasil / Política
 

Blog do Josias de Souza

Vice-presidente comemora derrota de Dilma

Vice-presidente comemora derrota de Dilma

Dilma Rousseff e Michel Temer viveram na noite passada experiências antagônicas. Recolhida ao Palácio da Alvorada, a presidente assistiu, pela televisão, à sessão extraordinária em que o STF sepultou as ações do governo contra a votação do impeachment. “Se houver falta de votos, não há intervenção judicial que salve”, ironizou o ministro Gilmar Mendes a certa altura.

Os votos que escasseiam no cesto de Dilma cercavam o vice-presidente da República numa mansão no Lago Sul, bairro chique da Capital. Algo como 80 deputados apertavam a mão, abraçavam, trocavam um dedo de prosa com Temer. Muitos o chamavam de “presidente”. Usufruíram de um coquetel seguido de jantar. Tudo oferecido pelo deputado Heráclito Fortes (PSB-PI). Respirava-se no local doce fragrância da perspectiva de poder.

Pelo celular, a internet levava à mansão da filha de Heráclito, onde Temer se servia de risoto e vinho, as mesmas informações que a TV despejava sobre o tapete do Alvorada. O STF indeferiu um par de pedidos de liminares contra a ordem escolhida por Eduardo Cunha para que os deputados pronunciem seus votos no microfone.

No principal julgamento da noite, os ministros da Suprema Corte rejeitaram por 8 votos a 2 duas teses esgrimidas pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Numa, ele alegava que a comissão do impeachment cerceou o direito de defesa de Dilma. Noutra, reclamava que o relator Jovair Arantes (PTB-GO) incluiu no seu relatório temas estranhos à denúncia original —Lava Jato e pedaladas praticadas antes do atual mandato presidencial, por exemplo.

Com esses dois argumentos, Cardozo pretendia anular a sessão que o presidente da Câmara marcou para domingo. Pedia que o STF determinasse o reinício do processo. Algo que daria tempo ao governo para tentar cooptar aliados que lhe permitam atingir a marca de 172 votos, mínimo necessário para brecar o impedimento da presidente.

O STF decidiu que, na hora de votar, os deputados terão de levar em conta apenas as duas acusações relacionadas ao atual mandato de Dilma: 1) a edição de decretos que autorizaram gastos sem a anuência do Legisaltivo. 2) empréstimos contraídos pelo governo em bancos oficiais as chamadas pedaladas fiscais.

Depois de circular de rodinha em rodinha, Temer acomodou-se numa das mesas. Dividiu-a com outras dez pessoas. Entre elas líderes de partidos engajados no impeachment. Nesse universo, as horas mais preciosas são as mais rápidas. Na contabilidade dos rivais de Dilma, já existem 363 votos a favor do impeachment, 21 além do mínimo necessário. Daí a incômoda sensação de que, para a oposição, certos dias, como os dois que faltam para o domingo da votação, têm 100 anos de duração.

3 comentários em “Dilma assistiu derrota no STF enquanto deputados festejavam Temer em jantar”

  1. NENHUM DELES

    QUE VERGONHA! O NOSSO PAÍS FOI VENDIDO PARA PARTIDOS POLÍTICOS. A MASSA CAIU NESSA, E DEFENDE A ARROGÂNCIA, DOS CARAS QUE DEFENDEM SEUS PARTIDOS, SABENDO ELES QUE SÃO PIORES, QUANDO EM SEUS BASTIDORES, ACUSAM APENAS UM PARTIDO COMO O CÂNCER DA NAÇÃO. SE A HISTÓRIA PUDESSE REALMENTE FALAR, DIRIA: COITADOS DOS QUE FAZEM PARTE DESTA GERAÇÃO, POIS, AMANHÃ SABERÃO; OS SEUS NETOS OU BISNETOS, QUE FORAM ENGANADOS.
    É O CIRCO ESTÁ AI, APLAUDAM OS PICADERISTAS DO PLANALTO.
    SE O PT ERROU, DEVE PAGAR, MAS NENHUM DELES SÃO INOCENTES NESTE CERTAME.
    O BRASIL FOI DESCOBERTO EM 2015, E NÃO EM 1500.
    ISTO É UMA VERGONHA.
    ACORDA BRASIL!

  2. Tainara Lemos

    TEMOS QUE DAR PRESSAO NESSES DEPUTADOS PQ QUEM ELEGEU ELES FOI O POVOO, NAO FOI FLAVIO DINO E SE ELES VOTAREM CONTRA O POVO, 2018 DAREMOS O TROCO. O POVO QUER NOSSO PAÍS DE VOLTA, QUER DILMA E SEU GOVERNO CORRUPTO FORA!!! QUEREMOS TER ORGULHO DO NOSSO BRASIL DE NOVO

  3. João Carlos

    As coisas precisam ser colocadas em seus devidos lugares. Vamos a elas: 1 – Dilma cometeu crime de responsabilidade (art. 85, V e VI, CF/88) e deve ser responsabilizada por isso, de acordo com a norma (Lei 1.079/50) em vigor. Domingo é o passo inicial com a Câmara autorizando que o Senado a julgue; 2) Apesar de ser contra o PT e seus aliados de esquerda, acho que, independente do que acontecer, deveríamos manter alguns importantes programas sociais que, reconheço, promoveram uma melhor distribuição de renda; 3) No entanto, por eu me considerar de centro direita, sou contra a utilização de programas sociais como arma política e moeda de troca como fazem o PT e seus assemelhados destas bandas da América. Os programas sociais devem servir como instrumentos de promoção de igualdade social e distribuição de renda, não pra justificar a palhaçada do discurso do “coitadismo”. E digo mais, eu manteria alguns desses programas, mas exigiria uma real contrapartida dos beneficiários

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