Relatório da PF aponta cobrança de propina na Secretaria de Saúde

Por Luís Pablo Política
 

(Com informações de O Estado)

Relatório da Polícia Federal (PF) encaminhado à Justiça com pedido de prisão dos investigados na Operação Pegadores, aponta cobrança de propina na estrutura da Secretaria de Estado da Saúde (SES), por Rosângela Curado (PDT).

Interceptações telefônicas que tiveram como alvo proprietários de empresas, gestores de institutos prestadores de serviços e até funcionários da Saúde, sugerem que Curado chegava a cobrar até 10%, do valor dos contratos.

É o que aponta um diálogo interceptado pela polícia entre José Inácio Guará e um homem identificado como Joe.

No diálogo eles comentavam as articulações políticas do Palácio dos Leões na cidade de Imperatriz, quando referem-se à atuação de Curado.

“No instante que ele [Flávio] deu uma declaração de que fechou com Madeira, a candidatura de [Clayton] Noleto, que ela que ia ser a candidata, eu acho que ela começou a enfraquecer, né? [sic]”, comentou Joe.

José Inácio Guará respondeu: “Ela está tomando 10% de todo mundo. Aí ela já se queimou, já”, disse e completou: “Já, ela foi tomando de… já foi pra São Paulo, arrumou duas empresas lá já. Já saíram em bloco. Ela tá tirando 10% de todo mundo, ta tomando dinheiro de quem quer acertar atrasado, tá um inferno”, completou.

No diálogo, Guará afirma que o governador Flávio Dino (PCdoB) sabia dos crimes cometidos por Curado.

“E Flávio Dino já sabe. Por isso ele fechou com ele. Eu já sabia que ela ia dançar, que já tinha dançado”, afirmou.

“É cara…”, reagiu Joe.

“Sabe, ele ainda falou: ‘essa mulher é uma louca, essa mulher é uma louca’, não sei o que. Ela se queimou, ela era candidata”, disse.

‘Ajeitar’ – No relatório, a PF afirma que poderia cogitar que Guará estava apenas maldizendo uma servidora pública – na ocasião, subsecretária de Saúde do Maranhão -, sem que houvesse maiores elementos que pudessem comprovar a prática.

Ocorre que num diálogo entre a pedetista e Luiz Marques, Curado utiliza as expressões “ajudar” e “ajeitar”, que evidenciariam a cobrança de propina.

“Quem me ligou agora foi o Ricardo, viu”, disse Luiz Marques.

“É um vagabundo. Não quer ajudar ninguém”, respondeu Curado.

“Arrochei hoje o prego. Aí eu falei. Perguntou quando é que eu vou pra lá, eu falei dia 19. Só lá, perto do começo do mês que vem, aí ele disse que antes disso ele vinha aqui. Aí eu sei que a Corpore ta com frescura com ele, o Invisa também, entende?”, continuou Luiz Marques.

“Deixa, ele não quer ajeitar”, enfatizou Rosângela.

A Polícia Federal também apresentou planilhas com pagamentos efetuados por empresas prestadoras de serviços à sua conta.

A DV Informática, por exemplo, efetuou pagamento da ordem de R$ 20 mil à então subsecretária. Na mesma data, a DV Informática havia recebido R$ 50 mil da R.D. Tecnologia Ltda, que mantinha contrato direto com a SES.

“A triangulação para o pagamento da vantagem indevida resta ainda mais evidenciada quando verificamos que no dia anterior ao pagamento da propina, a empresa RD Tecnologia Ltda foi beneficiada com pagamento de R$ 1.276.500,00. No mesmo dia, Karina Mônica Braga Aguiar, operadora da empresa Bem Viver e daquelas que circundam essa OCIP, incluída a RD Tecnologia, também foi beneficiada com recebimento de R$ 5 mil”, destaca relatório da PF.

Dentre os sócios da DV Informática, estão Ayala Souza Matioli e Celsenio de Sousa Araújo, este último, assessor de Programas Especiais da Subsecretaria de Saúde.

Um comentário em “Relatório da PF aponta cobrança de propina na Secretaria de Saúde”

  1. Saude Falida

    Essa Karina Mônica Braga Aguiar não é irmã da Dj Erika Braga, que roubou aos montes também na época que Zé Reinaldo foi governador ?
    Se for, aprendeu com a irmã.

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