O Estado

Lideranças do PT e do PSDB no Maranhão iniciaram na última semana uma série de ataques e troca de acusações públicas, já de olho nas próximas eleições no estado.

O secretário de Desenvolvimento Social e deputado licenciado, Neto Evangelista (PSDB), fez duras críticas ao Governo Federal ao referir-­se à implantação da Refinaria Premium I da Petrobras, em Bacabeira, que classificou de estelionato eleitoral. Além dele, o deputado federal João Castelo também ocupou emissoras de rádio para atacar o projeto.

O posicionamento do tucano provocou reação imediata da ala petista. O deputado estadual Zé Inácio Rodrigues atacou também de forma dura o projeto do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), apresentado pelo ex-­prefeito João Castelo e defendido por Neto Evangelista nas eleições de 2012. Após isso, Evangelista voltou a posicionar­-se contra o PT.

Tudo começou na última quinta­-feira, quando Neto Evangelista publicou em seu perfil no Facebook uma “reflexão” a respeito da suspensão das obras de instalação da refinaria em Bacabeira.

O tucano classificou o projeto de “profecia eleitoreira” e de “farsa”. Ele disse que os prejuízos ao Maranhão são inúmeros. “E não estou falando apenas de prejuízos financeiros. Falo de sonhos. Quantas pessoas viram nisso a oportunidade de aumentar seu negócio para atender mais gente no futuro? […] E o resultado de tudo isso? Depois de R$ 2,11 bilhões gastos, um verdadeiro estelionato eleitoral, tão somente”, disse.

Contraponto –­ Foi o bastante para provocar a revolta do petista Zé Inácio, que tem se destacado na Assembleia na defesa das ações e programas do PT.

“Não existe maior simbolismo de estelionato eleitoral no Maranhão do que o VLT de Castelo & Neto Evangelista [sic] de 2012. Sem projeto e sem planejamento. Só o vagão da alegria que custou milhões. O VLT funcionando, só se viu no programa eleitoral. Tucano quando abre o bico solta pena e vê estrelinhas. Principalmente aqui no Maranhão que tudo que fizeram, fazem ou pretendem fazer de importante em suas gestões dependem das políticas públicas e programas do governo do PT [Lula e Dilma]”, disse.

O tucano rebateu: “Quando entrei na campanha para vice-­prefeito em 2012 o VLT já era um projeto analisado e desenvolvido para ser instalado efetivamente em São Luís. Após estudá­-lo e conhecer mais tecnicamente o que estava planejado, verifiquei a viabilidade e a importância social daquela iniciativa. Por isso passei a defendê­-la sim”, completou.

Neto Evangelista rechaçou os ataques do petista. “Hoje, após mais de dois anos, eu ser julgado sem o mínimo respeito e sem fundamentos suficientes, é no mínimo desprezível. E vale ressaltar, factoides criados por aqueles que juraram a defesa ao povo maranhense quando da instalação da refinaria e hoje prometem lutar pela Petrobras, agem como se não se tratasse de uma empresa pública administrada pelo Governo Federal”, concluiu.

Partidos se fortalecem para as eleições de 2016

Protagonistas das eleições presidenciais de 2014, o PT e o PSDB já trabalham com estratégia eleitoral para os pleitos de 2016 e de 2018, quando haverá escolha de novo presidente da República do país. E a troca de farpas em todas as capitais brasileiras faz parte da estratégia das duas legendas para minar os adversários. Tucanos e petistas querem, também, espaço nas eleições municipais do ano que vem.

Há duas semanas, o senador Aécio Neves (PSDB) convocou os tucanos maranhenses para informar do interesse do partido nas eleições municipais. A reunião foi confirmada pelos membros do partido no Maranhão. Na pauta, a posição do partido nas eleições de 2016, o que levou Neto Evangelista ­ principal nome da legenda para a disputa ­ a voltar a se movimentar politicamente.

O presidente estadual da sigla, vice-­governador Carlos Brandão, também trabalha para fortalecer a legenda para a disputa das eleições municipais. Na sexta-­feira, recebeu em seu gabinete o ex-­prefeito de Santa Rita, Hilton Gonçalo (PDT), e o convidou formalmente para que ele se filie ao partido.

Hilton Gonçalo se disse honrado pelo convite e prometeu participar de uma nova rodada de negociações para somente então definir o seu futuro político.

No PT, aliados do secretário da Sectec, Bira do Pindaré (PSB), discutem a possibilidade de reintegrar o agora socialista à legenda. O objetivo é fazer com que Bira se insira nas discussões da sucessão municipal. Ninguém, no entanto, falou oficialmente até o momento a respeito desta possibilidade.