Ex-procurador-geral do MA é suspeito de receber US$ 570 mil da Odebrecht

Por Luís Pablo Política
 

Advogado Ulisses Sousa

Advogado Ulisses Sousa

O ex-procurador-geral do Maranhão, Ulisses César Martins de Sousa, recebeu mais de US$ 570 mil da Obebrecht em 2006. A informação foi repassada pelo delator João Pacífico, ex-executivo da empreiteira.

Segundo João Pacífico, pelo repasse, em nome do estado, o procurador assinou um acordo para que o governo do Maranhão efetuasse o pagamento de cerca de R$ 43 milhões à Odebrecht referente a obra da Transmaranhão feita pela empreiteira em 1999 e que ainda não tinha sido sanada.

Em depoimento, o delator explicou que o procurador tinha uma relação pessol com José Reinaldo Tavares (PSB), que era o governador na época, e devido a isso se propôs a intervir no acordo para o pagamento da Odebrecht, que começou a ser feito no final de 2006 com descontos de 20% sob o valor devido após formalização de um acordo judicial entre a Odebrecht e o estado do Maranhão.

“Totalizou então cerca de R$ 43,44 milhões, que foram divididos em cinco parcelas iguais e sucessivas, de R$ 8 milhões e pouco, e foram pagas entre novembro de 2006 e dezembro de 2006, ou seja, ainda dentro do primeiro mandato do governador José Reinaldo”, afirmou o delator.

Um mês após o acordo, Ulisses deixou o cargo e procurou o Raimundo Santos, diretor da Odebrecht, para tratar de sua remuneração pela intermediação e assinatura do acordo. Foram feitos, segundo o delator, em janeiro de 2007, dois depósitos ao então ex-procurador-geral.

“Foram feitos depósitos em duas etapas, em 5 de janeiro de 2007, no valor de US$ 385.491 mil, e o segundo, no dia 10, ou seja, cinco dias depois, no valor de R$ 192,940, conforme comprovante de transação que estão anexos no dado de colaboração, o que totalizou o valor de US$ 578,432 mil”, disse.

Devido ao depoimento e as provas das transações, foi determinado pelo ministro Luiz Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), a abertura de um inquérito sobre Ulisses e sobre José Reinaldo Tavares.

Até o momento, o advogado Ulisses César Martins de Sousa não se pronunciou. De acordo com ele, sua versão será dada no momento adequado e na instância adequada após analisar os documentos e tudo que esteja relacionado e ele.

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